Cupcakes

Alguém me explica que mania é esta dos cupcakes?

A sério. Eu até sou toda "Sexo e a Cidade" e acho os cupcakes amorosos numa mesa de festa, mas esta epidemia que agora se vive está para além da minha compreensão.

Tudo começou há uns anos com as "cake designers", que nos seus blogs e sites mostravam estas preciosidades da pastelaria como alternativa aos bolos tradicionais. Depois, alguns cafés mais fashion decidiram ter também estes bolinhos nas suas vitrines, como símbolo de sofisticação. Daí a abrirem quisoques de cupcakes nos centros comerciais foi um passo. E ontem vi que até o café lá da rua tem a palavra escrita na montra, ao lado de "pão quente" e "comida para fora"!

A questão é: porquê?

É que para quem não sabe, o cupcake não passa de uma versão americana de um queque. Ou seja, não basta as calorias e gorduras que um singelo queque tem, vamos também enchê-lo de creme e corantes e pepitas de chocolate e açucar. Em resumo, vamos estragá-lo. "Mas é bom?" perguntam os leitores que ainda não tiveram a oportunidade de provar. Ora, vou por isto de uma maneira simples. Imaginem um queque com uma bomboca por cima e pepitas de massapão coloridas a enfeitar. É bom à primeira dentada. À segunda, começa a formar-se uma bola no estômago e à terceira, já só vai lá com Àgua das Pedras. Mas isso sou eu.

A sério, deixem-se de americanices. Temos a melhor Cozinha e Doçaria do mundo. Façam quiosques de palmiers, de jesuítas, de bolo de arroz, de bolas de berlim. Aposto que se fizessem os docinhos de amêndoa do Algarve em forma de sapatos e malinhas e abrissem um quiosque em qualquer parte do mundo, nunca mais ninguém quereria saber dos cupcakes para nada. Muito menos o café da minha rua.

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