A ciência do machismo


Quando se pensa num Prémio Nobel, pensa-se em alguém com uma inteligência superior. Alguém que trabalhou durante anos ou décadas em prol de algo que contribuiu para o avanço da humanidade, seja na área da medicina, da economia ou da literatura. Dificilmente se pensa numa pessoa preconceituosa e machista ao ponto de fazer declarações do género "quando se tem miúdas num laboratório acontecem 3 coisas: apaixonamo-nos por elas, elas apaixonam-se por nós e, se as criticamos, elas choram". Mais, uma pessoa que defende abertamente que os laboratórios não deviam ser mistos.

Pois, mas foi precisamente isto que um Prémio Nobel da Medicina e professor na prestigiada University College London fez. Tim Hunt, senhoras e senhores, mostrou ao mundo numa conferência na Coreia do Sul que uma besta é sempre uma besta, tenha um QI de 90 ou de 150, e que afinal o feminismo não pode passar de moda, porque há ainda um enorme caminho a percorrer (o número de mulheres em cargos de topo, seja em empresas, laboratórios, parlamentos ou nas próprias universidades é prova disso).

Contudo, o melhor desta história não é esta evidência, nem o constatar de que há pessoas que nunca ouviram falar em tesouras para cortar os pêlos do nariz (ver com atenção a fotografia do laureado). O melhor é mesmo o movimento que imediatamente surgiu no Twitter por parte de mulheres cientistas de todo o mundo com a hashtag #distractinglysexy. A isto se chama combater a estupidez com humor.









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