Magusto
Quando toda a gente só fala do palíndromo numérico que ocorre hoje às 11h11m, para mim este dia é apenas mais um dia de São Martinho.
Não sei porquê mas esta sempre foi uma das minhas datas preferidas. Pode ter a ver com o facto de adorar castanhas e conseguir comê-las até o estômago estar prestes a rebentar. Ou talvez seja simplesmente uma data que associo a momentos muito felizes. As festas da escola primária onde havia um assador e a tarde era passada a fazer desenhos e composições sobre o Magusto. Os jantares em casa dos avós, com direito a água pé e abertura oficial da época da lareira. As disputas com os meus irmãos sobre quem tinha comido mais castanhas.
São estes momentos que me invadem quando sinto o aroma de erva doce e compota caseira; quando vejo a nebelina de fumo que paira nas ruas; quando ouço a madeira a crepitar; quando saboreio iguarias outonais; e, principalmente, quando uma castanha assada me queima a ponta dos dedos, enquanto desfaço a sua capa de cinza.
Com palíndromo ou sem ele, este será sempre um dia especial. Um dia dos sentidos.
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