Força Capitão
Há umas semanas, a propósito das infames declarações do presidente da FIFA, escrevi uma carta ao Cristiano Ronaldo. Agora, que estamos a 90 minutos de garantir o apuramento para o Mundial, volto a publicá-la. Porque seria uma enorme injustiça, depois do que tem lutado e dado à Selecção e ao nosso país, este homem não jogar no Brasil. Força Ronaldo e força Portugal.
Querido Ronaldo,
(Desculpa a familiaridade no tratamento, mas gosto tanto de ti que não consigo dirigir-me à tua pessoa com um mero caro, muito menos um excelentíssimo, embora me mereças o maior respeito e consideração.)
Como qualquer figura pública sabes bem que a fama traz amores e ódios. A fama, a riqueza, o sucesso e o talento. E quando alguém tem estas quatro coisas juntas, como é o teu caso, é difícil não ser alvo constante desses ódios e invejas. Só que, no teu caso, acredito que por cada ódio, venha ele das mais altas instâncias do futebol ou do mais baixo café de rua, há o dobro em amor. Sim, sei que, como eu, há milhões de pessoas que te adoram, que te admiram e que sabem que és um homem e um atleta fora de série. E sei que, felizmente, sabes disso.
Para mim é um orgulho ver-te jogar, seja com que camisola for (com muita pena que não seja a do Benfica, mas enfim...). É um orgulho não só por seres português, mas sobretudo pelo difícil caminho que trilhaste até atingires os teus objectivos. Os odiosos e os invejosos gostam de falar do teu corte de cabelo, dos teus carros, das tuas namoradas, mas não falam dos anos que passaste longe da tua família, sozinho, nem dos dias em que ficaste a treinar depois dos outros se irem embora para te superares e tornares no atleta magnífico que és. Gostam de falar das tuas férias e das festas onde vais, mas não falam dos hospitais que visitas, dos miúdos que acarinhas e dos autógrafos que dás, mesmo quando a agenda é apertada e estás desejoso de ir para casa ter com o teu filho. Gostam de falar da roupa das tuas irmãs ou do novo corte de cabelo da tua mãe, mas não falam do amor e da segurança que elas te dão e que foi, decerto, fundamental para que nunca tenhas desistido dos teus sonhos e nunca te tenhas perdido como tantos outros atletas que ficam cegos pela fama e pelo dinheiro.
E por falar em dinheiro, é teu de direito, conquistado literalmente com o teu suor, com o teu talento sobrenatural e ainda bem que podes proporcionar uma vida fantástica a todos de quem gostas. Ao contrário de tantos outros atletas, o dinheiro não te corrompeu, não te tirou a alegria de jogar à bola nem a constante batalha que travas contigo próprio para seres cada vez melhor. Uma batalha que tenho tido o privilégio de assistir ao longo dos últimos dez anos.
Não sou do tempo do Pelé nem vi o "meu" Eusébio jogar. Era uma menina que brincava com as Barbies quando o Maradona e outros grandes talentos dos anos 80 davam cartas. Só comecei a ligar ao futebol quando vi uma reportagem sobre o Van Basten no início dos anos 90 e só fiquei verdadeiramente apaixonada quando fui ao Estádio da Luz pela primeira vez. Vi todos os grandes jogadores portugueses (e estrangeiros!) jogarem inúmeras vezes, ao vivo e a cores, desde então. Do meu maestro Rui Costa, ao aclamado Figo, entre tantos outros. Mas nunca vi nenhum jogador que se compare a ti. Tu tens aquela coisa que só os grandes têm. Aquela coisa que nos cola ao relvado, que nos faz gritar e nos enche o coração. Aquela coisa que te vai tornar lendário e imortal.
Para mim, digam o que disserem, és o melhor do mundo. O melhor de sempre! Ah, e se vestisses a camisola do Benfica...
Beijinhos,
Filipa
Querido Ronaldo,
(Desculpa a familiaridade no tratamento, mas gosto tanto de ti que não consigo dirigir-me à tua pessoa com um mero caro, muito menos um excelentíssimo, embora me mereças o maior respeito e consideração.)
Como qualquer figura pública sabes bem que a fama traz amores e ódios. A fama, a riqueza, o sucesso e o talento. E quando alguém tem estas quatro coisas juntas, como é o teu caso, é difícil não ser alvo constante desses ódios e invejas. Só que, no teu caso, acredito que por cada ódio, venha ele das mais altas instâncias do futebol ou do mais baixo café de rua, há o dobro em amor. Sim, sei que, como eu, há milhões de pessoas que te adoram, que te admiram e que sabem que és um homem e um atleta fora de série. E sei que, felizmente, sabes disso.
Para mim é um orgulho ver-te jogar, seja com que camisola for (com muita pena que não seja a do Benfica, mas enfim...). É um orgulho não só por seres português, mas sobretudo pelo difícil caminho que trilhaste até atingires os teus objectivos. Os odiosos e os invejosos gostam de falar do teu corte de cabelo, dos teus carros, das tuas namoradas, mas não falam dos anos que passaste longe da tua família, sozinho, nem dos dias em que ficaste a treinar depois dos outros se irem embora para te superares e tornares no atleta magnífico que és. Gostam de falar das tuas férias e das festas onde vais, mas não falam dos hospitais que visitas, dos miúdos que acarinhas e dos autógrafos que dás, mesmo quando a agenda é apertada e estás desejoso de ir para casa ter com o teu filho. Gostam de falar da roupa das tuas irmãs ou do novo corte de cabelo da tua mãe, mas não falam do amor e da segurança que elas te dão e que foi, decerto, fundamental para que nunca tenhas desistido dos teus sonhos e nunca te tenhas perdido como tantos outros atletas que ficam cegos pela fama e pelo dinheiro.
E por falar em dinheiro, é teu de direito, conquistado literalmente com o teu suor, com o teu talento sobrenatural e ainda bem que podes proporcionar uma vida fantástica a todos de quem gostas. Ao contrário de tantos outros atletas, o dinheiro não te corrompeu, não te tirou a alegria de jogar à bola nem a constante batalha que travas contigo próprio para seres cada vez melhor. Uma batalha que tenho tido o privilégio de assistir ao longo dos últimos dez anos.
Não sou do tempo do Pelé nem vi o "meu" Eusébio jogar. Era uma menina que brincava com as Barbies quando o Maradona e outros grandes talentos dos anos 80 davam cartas. Só comecei a ligar ao futebol quando vi uma reportagem sobre o Van Basten no início dos anos 90 e só fiquei verdadeiramente apaixonada quando fui ao Estádio da Luz pela primeira vez. Vi todos os grandes jogadores portugueses (e estrangeiros!) jogarem inúmeras vezes, ao vivo e a cores, desde então. Do meu maestro Rui Costa, ao aclamado Figo, entre tantos outros. Mas nunca vi nenhum jogador que se compare a ti. Tu tens aquela coisa que só os grandes têm. Aquela coisa que nos cola ao relvado, que nos faz gritar e nos enche o coração. Aquela coisa que te vai tornar lendário e imortal.
Para mim, digam o que disserem, és o melhor do mundo. O melhor de sempre! Ah, e se vestisses a camisola do Benfica...
Beijinhos,
Filipa
Não o teria dito de melhor forma. Parabéns pela sua escrita!
ResponderEliminarMaravilhosa carta, posso assinar?!?! :) maravilhosa escrita e lembrança! Parabéns Filipa!
ResponderEliminarAh, que bela mensagem ao nosso Capitão adorado!!!
ResponderEliminarMuitos beijos, Filipa
Jorge Vicente
Parabéns Filipa,
ResponderEliminarSó uma escritora talentosa e sensível, consegue dizer tanto em tão poucas linhas.
Consta que o único brinquedo do Cristiano em criança era uma bola. Não sei se é verdade, mas gosto de pensar que foi um dos motivos que o levou a construir o caminho até ser o génio que é no presente.
Seria tão bom se todos seguissem esse exemplo e usando o que têm, seguissem os seus sonhos e trabalhassem para atingir um nível de excelência nas suas vidas, deixando as mesquinhices e invejas de lado.
E como a vida é feita de sonhos, quem sabe ainda o vemos a envergar a camisola do nosso Glorioso.
Beijinho
Paulo Pereira
Obrigada a todos. Foi escrito do coração. :)
ResponderEliminarAdorei ler-te, Filipa.Parabéns. Vou partilhar no FB.
ResponderEliminarCreio que te conheci um pouco através da carta a Cristiano. Deves ser uma pessoa excecional!!
Muito bem dito, Filipa. Concordo e subscrevo tudo que diz ao Ronaldo. Eu também me apetecia dizer-lhe isso e muito mais. Que ele é uma máquina e tem o mérito de ainda ontem fazer milhões de portugueses felizes o que não acontece há muito tempo.
ResponderEliminarParabéns ela sua escrita
Não sei se foi essa a carta que fez mudar tudo, mas o Ronaldo esteve de Parabéns no jogo que se seguiu. Mas não só desta vez. Todos têm os seus momentos baixos e altos, e momentos em que nos debatemos interiormente. Ele teve os seus, mas continuou sempre em frente e alcançou novamente o sucesso. Parabéns Ronaldo. Parabéns a ti Filipa pela carta. Gostei da forma como te expressaste. Maravilhosa, cheia de puras verdades.
ResponderEliminarPartilho de tudo que escreveste sobre o nosso capitão,menos o desejo de ele ser do Benfica.Alem disso,é o Sporting a incubadora de alguns genios no futebol..:D
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