Vamos falar do tempo


Agora que os ânimos estão menos exaltados e que as atenções mediáticas já se viraram para outras tragédias, posso concluir que:

- não se pode limitar a liberdade de expressão, a não ser que essa liberdade vá contra algo que defendemos

- não se pode fazer humor com muçulmanos, judeus ou radicais de qualquer religião em geral, pessoas de qualquer raça ou etnia minoritária no país em que vivemos, anões, deficientes físicos, deficientes mentais, crianças, lendas vivas, lendas mortas

- não se pode dizer "eu sou Charlie" sem dizermos que somos também sírios, iraquianos, nigerianos, palestinianos, ucranianos, presos políticos, mulheres mutiladas, crianças raptadas, florestas dizimadas, sob risco de nos chamarem hipócritas

- não se pode ter uma conversa sobre o assunto sem alguém reproduzir as ideias de qualquer comentador ou opinador dos Media tradicionais

- não se pode dizer o que se pensa em 90% das interacções sociais que temos durante o dia, sob o risco de nos mandarem internar

- não se pode voltar a não saber quem é o Gustavo Santos.

Resta-nos, portanto, falar do tempo. Parece que vai chover até ao final da semana e depois volta o frio, algo realmente surpreendente num mês de Janeiro no hemisfério norte.



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