Por favor, vão votar


Este Domingo não posso ir votar.

Esta pode parecer uma frase banal e que milhares de portugueses estão a pensar verbalizar nos próximos dias, uns porque estão a viver demasiado longe do seu círculo eleitoral, outros porque estão doentes, outros ainda porque vão estar a trabalhar. Enfim, existem inúmeros motivos para alguém não poder votar. Mas para mim, defensora da liberdade, lutadora pelos direitos humanos, activista ambiental e feminista de coração, é algo que me pesa toneladas na consciência.

Sei que não devia estar tão pesarosa. Não posso fazer nada. Vou numa viagem que está marcada desde o ano passado, e não podia imaginar que entre tantos fins-de-semana possíveis o nosso querido Presidente fosse logo escolher este para marcar as eleições. Ainda contactei a comissão nacional de eleições para fazer o voto antecipado, que é possível para quem está em trabalho, preso, doente ou em representação do país, mas não é possível para quem vai de férias, por muito que deseje tanto ou mais que os outros exercer o seu direito. Mas não consigo deixar de estar.

Assim, não podendo eu votar, peço a todos os que podem que não deixem de o fazer. Porque não poder é diferente de não querer e quem não quer é porque está completamente alienado ou desinteressado do que se passa à sua volta e da importância deste pequeno direito, que só há cerca de 40 anos se tornou universal.

Votem à esquerda, à direita, ao centro (há 15 opções em muitos distritos), votem em branco se quiserem mostrar o vosso desagrado ou se não encontrarem nenhum partido que vos represente, mas votem. Porque a abstenção só favorece os partidos, e não os cidadãos. Na abstenção vão estar as pessoas que, como eu, não podem ir votar, mas também as pessoas que estão completamente desinteressadas do rumo do país. E eu gostava de acreditar que, seja à esquerda ou à direita ou ao centro, os portugueses ainda têm algum interesse em Portugal. E se não tiverem, que tenham pelo menos algum interesse em poder continuar a gozar de um direito pelo qual milhões de pessoas em todo o mundo lutam e milhões de outras deram a vida ao longo da história.

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