As 10 coisas que mais detesto em ser mãe


Hoje é aquele dia fofinho em que toda a gente apregoa aos quatro ventos o quão maravilhoso é ser mãe. O dia em que nos lembramos de todas as coisas boas que os nossos rebentos adoráveis nos dão: os beijinhos lambuzados, os abraços que nos atiram ao chão, os desenhos coloridos que fazem para nós, o colinho e o cafuné no sofá, o elogio da professora no caderno de recados. O dia em que recebemos mais um miminho feito na escola, que não fazemos ideia onde colocar, se bem que tem de ser num local visível, não vá estarmos a reprimir um potencial Rodin.

E no meio de tanta flor e de tanto coração, não há muitas mulheres que tenham a coragem de dizer, sobretudo num dia como o de hoje, em que os nossos anjinhos até nos levaram o pequeno almoço à cama, que isto de ser mãe é muito bonito mas tem certas e determinadas especificidades que nos tiram do sério.

Pois bem, em nome da verdade, eu digo-o. E digo também quais são, precisamente, as dez coisas que mais detesto nesta aventura de ser mãe, por nenhuma ordem em especial.

1) Ouvir «mamã!» trezentas vezes só na primeira hora do dia. Eu sei que um dia vou ter saudades, mas há dias em que é de mais. Cada frase proferida por um deles é precedida de uns quatro ou cinco mamãs, na melhor das hipóteses.

2) Ser interrompida quando estou a falar com outras pessoas, por motivos tão importantes como «afinal a minha bola estava na varanda».

3) Acordar mais cedo do que teria de acordar se não tivesse filhos, sobretudo aos fins de semana.

4) Ter de fazer, ou pelo menos planear, o jantar diariamente. (Por falar nisso, esqueci-me de descongelar o jantar de hoje, por isso o menu é esparguete com atum. De lata. Outra vez.)

5) Estar cheia de sono quando consigo finalmente sair à noite com os meus amigos, tendo então de me render à evidência de que já não tenho pedalada (nem paciência) para acompanhá-los.

6) Gastar dinheiro em roupas e sapatos que só duram, no máximo, seis meses, quando há por aí tanta coisa gira que eu poderia comprar para mim e fazer durar uma vida.

7) Ter de dizer vinte vezes para lavarem os dentes, ou calçarem os sapatos, ou sentarem-se à mesa. Todos os dias.

8) Não conseguir tomar um banho sem que ninguém me interrompa.

9) Quando eles falam comigo ao mesmo tempo, cada vez mais alto para que a voz de um se sobreponha à do outro, esperando que eu responda simultaneamente aos dois. Pior, quando fazem isto no carro.

10) Ter de falar de manhã.

Sim, hoje é dia de flores e corações cheios. Mas, mamãs felizes de todo o mundo, nos outros dias, aqueles em que vos passa pela cabeça a grande interrogação «mas por que me meti nisto?», lembrem-se desta lista e de que não estão sozinhas.

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